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E um pôr-de-sol me traduz em versos...

26 de mar . 2021 Luis Henrique Cunha

Duzentos e quarenta e nove anos separam o povoado da metrópole que se tornou Porto Alegre, e neste lapso de tempo cabem muitas histórias. São histórias de amor, histórias de chegadas e de partidas, histórias de lutas e conquistas, de grupos de teatro e de teatros importantes para a cena cultural da cidade e do país.

É a terra do Luis Fernando Verissimo, do Moacyr Scliar, da Casa de Cinema de Porto Alegre, do rock. Mas, também é a cidade do carnaval de rua, do Zé da Folha, do peruano Jose Martinez que vende incensos na Cidade Baixa (mas que muitos acreditam ser uruguaio ou argentino), do sorvete colegial na Banca 40 do Mercado Público, da “Lanchera”, do Homem do Gato e do Brique da Redenção, da Praça da Alfândega e da Feira do Livro, das estátuas vivas espalhadas pela cidade, dos Arcos da Borges, do chimas na orla no final da tarde para curtir o pôr do sol. Inclusive, há quem diga, e me parece que pesquisas de renomadas instituições internacionais confirmam a informação, que o pôr do sol no Guaíba é o mais lindo, que nada se compara ao repousar dos raios dourados sobre as águas do, sempre, rio. E eu concordo.

Porto Alegre acolhe. Acolhe os que chegaram e que continuam chegando de cidades do interior em busca das oportunidades de trabalho e desenvolvimento que encontram por aqui, acolhe quem chega dos países vizinhos e acolhe quem vem de outros ‘cantos’ desse mundão redondo. É feita por múltiplas origens, sotaques, etnias, expressões culturais, costumes, cores, bandeiras e lutas. E é isso que a faz grande. Uma cidade grande cheia de bah, tri e bem capaz. Aqui tem lomba, sinaleira, lancheria, cacetinho e tantas coisas outras que por vezes soam estranhas para quem chega meio desavisado, mas que fazem com que a gente se reconheça. Que pertença. Que comungue.

Porto Alegre, Porto dos Casais, Poa, Porto ou Portinho, não importa, é a nossa Porto Alegre intensa e esplêndida. Porém, o aniversário de 249 anos tem outro significado. É mais um rito de passagem vivido em meio a uma pandemia dura e devastadora, que já levou mais de 3.200 vidas e sonhos de porto-alegrenses que carregaram esse gentílico por nascimento ou escolha. Então, o desejo para essa data é que passes por mais essa batalha e saia erguida e forte, minha Porto. E que o nosso povo atravesse essa ponte difícil e chegue ao outro lado ainda mais solidário, comprometido com os interesses coletivos, empático, cuidadoso, responsável e feliz. Muito feliz. 

Que possamos seguir livres por muitos caminhos, arando terras e provando vinhos... e ter ideias de liberdade e ver amor em todas as idades!

Portinho, feliz aniversário!
E um abraço carinhoso e apertado às famílias enlutadas. 

Artigo escrito por Daiane Evangelista