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Dia da Notícia

07 de abr . 2021 Melissa Hugentobler

Sem desconsiderar a iniciativa da Associação Brasileira de Imprensa que instituiu o 7 de abril como Dia do Jornalista, prefiro celebrar a nossa data especial como Dia da Notícia. Ela, sim, merece ser reverenciada e homenageada, por sua importância para a democracia, para as sociedades livres e para a vida das pessoas. Nós, mulheres e homens que escolhemos esta profissão apaixonante de relatar fatos e dar-lhes o sentido de utilidade pública, nada mais somos do que súditos da rainha Notícia.

Ela é a nossa inspiração, a nossa missão, a nossa razão de existir. Por ela trabalhamos. Por ela respiramos. Por ela acordamos pela manhã com a disposição de olhar o mundo e contar o que vimos, de ouvir pessoas e contar o que ouvimos, de investigar as coisas ocultas e revelá-las para quem precisa saber. Nós, homens e mulheres que integramos esta curiosa seita dos noticiaristas, somos servidores e protetores desta deusa que precisa estar sempre vestida com o manto da verdade.

Como ensinam os norte-americanos Bill Kovach e Tom Rosenstiel, autores do clássico Os Elementos do Jornalismo, a primeira obrigação do nosso ofício é com a verdade, ainda que encontrá-la seja uma tarefa que nunca termina. Mas é exatamente isso que aprendemos a fazer na educação familiar, nos bancos escolares, nas universidades, no dia a dia da nossa atividade e no ambiente profissional. Mais do que uma profissão, o jornalismo é uma obsessão adquirida - pela busca incessante da exatidão, do equilíbrio, da ética, da pluralidade e de tudo que mais se aproxima da verdade.

A Notícia é a obra-prima da nossa atividade. Para chegar a ela, de preferência com primazia e originalidade, damos a vida - mesmo sabendo que ela jamais será nossa propriedade. Pelo contrário, jornalistas só se sentem realizados, com a missão cumprida, quando percebem que sua obra arduamente elaborada e construída serviu para abrigar alguém, para proteger oprimidos, para dar voz a quem não pode gritar.

Hoje, portanto, é mais o dia dela do que o nosso.

Artigo escrito por NÍLSON SOUZA - Jornalista, conselheiro da Associação Riograndense de Imprensa (ARI) e colunista GZH, a convite da Pauta Conexão e Conteúdo para a ARI.