Camping Acessível é case em seminário realizado pela Prefeitura de Porto Alegre

Seminário Porto Alegre Turística reuniu mais de 200 pessoas no Instituto Caldeira, na Capital.

A última segunda-feira (27) foi destinada ao debate sobre a importância da inclusão social no turismo. Mais de 200 pessoas participaram do Seminário Porto Alegre Turística, organizado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo (SMDET). O evento contou com palestras e mesas redondas sobre comunicação inclusiva, atendimento e acessibilidade aos públicos PcD e LGBT, relações justas e proteção do consumidor em viagens nacionais e internacionais. O ‘Camping Acessível’, evento que promove o turismo de aventura acessível em Três Coroas, no Vale do Paranhana, foi um dos cases apresentados. 

O presidente da ONG Caminhadores RS, Rotechild dos Santos Prestes, abriu a mesa redonda “Atendimento inclusivos PCD aos turistas de Porto Alegre”, apresentando o trabalho feito pela entidade e salientando a importância de se olhar para o turismo acessível. “O turismo é para todas as pessoas. As pessoas com deficiência consomem, sim, turismo e querem consumir cada vez mais. Contudo, muitos optam por não consumir turismo no Brasil pela falta de acessibilidade, preferindo destinos no exterior”, explicou.

Teriana Selbach, CEO do Raft Adventure Park e presidente da Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo (ABETA), também participou da mesa redonda. Durante a fala, abordou o processo de construção do parque, que desde sua concepção estava preocupado com a inserção de pessoas com deficiência. “Eu trabalhei por vinte anos no Parque das Laranjeiras. Nesse momento de transição, viajamos muito em busca de cases e o Parque de Aventura de Monjolinho, em Socorro, se tornou nossa maior referência em acessibilidade. Nós, em Três Coroas, estamos nos dedicando ao máximo para poder atender esse público. Estamos fazendo nosso melhor”, afirmou. 

Considerado o maior destino de aventura do Sul do Brasil, a cidade comprova que a natureza é para todos. Há quatro edições, a Associação das Pessoas com Deficiências, Amigos e Familiares de Três Coroas (Apdaf) promove o ‘Camping Acessível’. O evento, sem fins lucrativos, trabalha a socialização de pessoas com deficiência por meio da prática de esportes de aventura, promovendo o turismo acessível, inserção social, diversidade e valorização da acessibilidade em meios diversos.

Em sua quarta edição, realizada em março deste ano, o evento reuniu mais de 1.000 pessoas. A data marcou, também, um recorde: o de maior descida de rafting acessível do Brasil. Ao todo, foram mais de 200 pessoas em 31 botes. Além do rafting, os participantes puderam tomar banho no Rio Paranhana com cadeiras anfíbias, praticar arco e flecha, jogar bocha adaptada, badminton, stand up paddle e fazer trilhas. 

Para a gestora, a acessibilidade vai muito além de equipamentos adaptados: “É preciso aprender com as pessoas. Eu acredito em uma construção coletiva. Nós não podemos ter vergonha de perguntar, pois as necessidades são as mais diversas. Há diferentes graus de deficiências e visões muito particulares. A gente aprende muito com as pessoas”. Teriana buscou, ainda, incentivar o investimento no turismo de aventura acessível. “É um mercado muito grande e ansioso por novas atividades, experiências e vivências”, concluiu.

Turismo de aventura acessível no congresso nacional das APAEs

Durante os dias 29 de novembro e 1º de dezembro, a Apdaf, entidade que promove o Camping Acessível, está presente no 27º Congresso Nacional das Apaes, em Maceió. O evento, que acontece desde 1962, tem como objetivo divulgar resultados de pesquisas acadêmicas e metodologias inovadoras para modernização das práticas profissionais nos serviços ofertados à pessoa com deficiência intelectual e múltipla, além da troca de experiências entre profissionais, familiares e usuários.