11º Fórum Instituto Unimed/RS reúne importantes nomes do país para debater o livre pensar
15 de set . 2023 Danúbia SchauletProgramação da manhã contou com Nilson Luiz May, Leandro Karnal, Arthur Bender, Daniela Diniz, Luis Justo e Alexandre Pellaes. Evento retorna à tarde com Allan Costa, Henri Pagnoncelli, Luís Nogueira, Fernando Schüler, Demétrio Magnoli e Eduardo Giannetti.
Em sua 11ª edição, o Fórum Instituto Unimed/RS reúne, no Teatro do Bourbon Country, alguns dos principais nomes pensantes do país. A solenidade de abertura contou com a presença do presidente da Unimed Federação/RS, do Instituto Unimed/RS e da Unimed Mercosul, Nilson Luiz May, do presidente da Uniar, Mauricio Goldbaum, do presidente da Central de Serviços, Jorge Guilherme Robinson, do presidente da Unicoopmed, José Milton Cunha Mirenda, do diretor administrativo do Instituto Unimed/RS, Alcides Mandelli Stumpf, e da secretaria de estado da Inovação, Ciência e Tecnologia, Simone Stülp. “O Rio Grande do Sul é o estado mais envelhecido do Brasil. Importância em debater, desenvolver o conhecimento sobre a área da saúde para lidar com essa realidade”, disse a secretaria de estado. Na oportunidade, o Quarteto de Cordas OSPA executou os hinos brasileiro e sulriograndense.
A abertura do evento ficou a cargo do presidente da Unimed Federação/RS, Nilson Luiz May. Em sua fala, May abordou o conceito de livre pensar. “Estou aqui para tentar levar a vocês uma provocação. Uma instigação inicial de um tema complexo e atual”, disse. Na sequência, abordou indagações sobre tal abordagem, além de temáticas sobre liberdade de expressão e liberdade. “Esses termos se confundem. A etimologia do nosso tempo de liberdade, oriunda das línguas romanas, vem do latim liber, do sentido de pessoa livre. O cidadão não deve ser escravo, liberdade pressupõe independência e vontade não coagida. Algo diametralmente oposto ao discurso de servidão voluntário: é perigoso, pois começa pequeno, com amigos e conhecidos, e vai crescendo para familiares e inflige na sociedade”, finalizou.
O historiador e professor universitário Leandro Karnal refletiu sobre o que é ser livre. “Estamos em uma geração com mais liberdade de se vestir, pensar, mas não notamos uma felicidade maior. A geração atual é uma geração de fotos bonitas e pessoas tristes”, disse ao fazer um paralelo entre o conceito de liberdade para as diferentes gerações. “Era criança quando os professores e adultos tinham razão e sou professor quando os alunos têm razão”, prosseguiu. Seguindo com a temática norteadora da palestra, Karnal refletiu sobre liberdade mediante condicionantes externos: “Sou pouco livre hoje, aos 60 anos. Antes de sair de casa, tenho de pensar se estou trazendo todos os meus remédios”, brincou. O historiador finalizou sua fala abordando a dicotomia entre liberdade e sociedade. “A crença da liberdade absoluta elimina a capacidade de dialogar com a sociedade”, afirmou.
Fechando a manhã, o painel “Sustentabilidade, Inovação e Livre Pensar” reuniu Arthur Bender, Daniela Diniz, Luis Justo e Alexandre Pellaes. Bender iniciou sua fala reforçando a importância dos diferentes olhares da realidade. “Passamos a acreditar que o mundo é do jeito que a gente olha. Gostamos dos livros que corroboram com nosso pensar, filmes que refletem a nossa visão sobre a vida. Tendemos a nos relacionar com pessoas que pensam de maneira similar a nós”. O especialista afirmou, ainda, que a inovação precisa do diferente para prosperar: “A Netflix não surgiu da indústria cinematográfica e o Airbnb não veio do setor hoteleiro. Precisamos de pessoas de fora enxergando e buscando soluções”. O CEO da Rock World, Luis Justo, abordou a arte de sonhar e fazer acontecer. Para ele, “a constante insatisfação nos leva a fazer o que nunca foi feito”. Diniz abordou a relação entre liberdade e mercado de trabalho. “As pessoas estão ficando menos tempo em seus locais de trabalho: 43% dos profissionais atuais ficam menos de dois anos nas empresas. Estamos vivendo uma epidemia de desengajamento, as gerações mais jovens pensam em se aposentar cada vez mais cedo e entendem o trabalho como um mal necessário, entregando uma produtividade cada vez menor”, afirmou. “As empresas precisam sair de uma gestão massificada e focar no desenvolvimento de uma gestão personalizada. É preciso atrair e manter talentos. A relação entre emprego e empregado está em constante mudança”.
A programação segue na parte da tarde. As atividades retornam com uma intervenção artística unindo o ator Henri Pagnoncelli e o Quarteto de Cordas OSPA. O último painel da edição terá como tema “Sociedade, Economia e Pensamento Liberal”. A mesa contará com a presença de Luís Artur de Barros Nogueira, Fernando Schüler, Allan Costa e Demétrio Magnoli. Eduardo Giannetti, encerrando as atividades do Fórum, abordará o valor do amanhã.